terça-feira, 29 de abril de 2014

As Rodas do Tempo

      Uma empolgante aventura que levará você através do tempo e do espaço na companhia de Daniel: um jovem tímido e estudioso que acabou de entrar para o colégio e passa a ser vítima de bullying. Anísio é seu principal agressor, mas Daniel tem a sensação constante de não conseguir se relacionar adequadamente com ninguém. Ainda sim, ele secretamente sonha em, um dia, conquistar Jeniffer, a garota mais incrível da sua turma.
      A vida de Daniel muda radicalmente após seu encontro com Mestra Gaila, uma entidade misteriosa que revela a Daniel o grande destino que o aguarda. Para cumprir esse destino, que terá impacto em toda a humanidade, Daniel vai usar “As Rodas do Tempo” para aprender importantes lições, que serão ensinadas apenas em épocas específicas e em países longínquos como China, Japão e Tibete. E mais do que isso, ele viverá na pele de outros personagens, conhecendo parte de seu dia a dia e de sua cultura. Mais do que uma história fascinante, “As Rodas do Tempo” é um livro repleto de mensagens emocionantes e lições que podem mudar muitas vidas.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

3010 Pós-Cataclismo

O cativante thriller “3010 Pós-Cataclismo”, disponível pela Amazon (https://www.amazon.com.br/dp/B00JZUYVEW) apresenta elementos muito interessantes que remetem o leitor ao ambiente medieval. No entanto, a história acontece em um futuro distante e inusitado. Momento em que a humanidade ainda está se refazendo dos efeitos de um grande cataclismo, que modificou a geografia e as características gerais do planeta preservando apenas um último continente habitável conhecido como Nova Pangeia.
Os habitantes do continente são mutantes e estão adaptados ao meio ambiente porque desenvolveram características únicas, tornando-se mais resistentes às circunstâncias adversas. Esses mutantes dividem-se em povos distintos e sobreviveram ao cataclismo contando com a proteção de abrigos especiais como bunkers e biomas artificiais construídos antes do incidente e que ainda servem como cidades para as populações do lugar.
Contudo, o grande diferencial da história está na apresentação do personagem Tulpa, um ser criado acidentalmente por um monge com poderes psíquicos especiais. Tulpa é criado a partir da essência do monge Fanadur Basho como se diversas partes da personalidade do monge se materializassem em uma entidade, criando vida própria e autônoma. Essa criatura se torna muito poderosa e muda de forma conforme muda de humor, expressando suas emoções de acordo com sua aparência.
Na trama, o líder de uma religião muito influente em Nova Pangeia, chamado Celator Mitaro, decide dominar o continente impondo sua religião e seu comando aos outros povos do lugar. Ele pretende realizar seu intento conquistando Redoma, a cidade mais poderosa da região. Para concretizar seu plano, Celator Mitaro, líder espiritual dos adeptos do shaolinismo, decide raptar e se casar com a princesa Navele, herdeira do trono de Redoma.
Assim, cabe a Tulpa a missão de proteger a princesa e salvar Nova Pangeia da ambição de Celator Mitaro. Em seu caminho, a criatura Tulpa encontra outros personagens, entre eles: o ladrão camaleônio, Oriano Malvas, o protetor apaixonado pela princesa, Yuri Witakar, e a exuberante chanceler dos tritões, Mirnela Swidool.
Depois de resgatar a princesa de Redoma, Tulpa e seus novos aliados ainda terão de enfrentar diversos desafios enquanto são perseguidos de perto pelo incansável general monástico, Krion Venaclo, a notívaga comandante dos espiões cavernícolas, Belana Tayrone, e o brutal capitão viborano, Jauritan Ali.

Antes de derrotar o terrível vilão, Celator Mitaro, será preciso desvendar o mistério que cerca esse personagem complexo e fascinante. Os personagens serão desafiados pela guerra e por conflitos emocionais até se depararem com o surpreendente desfecho, que torna 3010 Pós-Cataclismo um thriller ficcional único e inesquecível.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Olhar Estrangeiro

O Brasil na Indústria Cultural

Esse documentário de Lucia Murat foi baseado no romance “O Brasil dos Gringos”, de Tunico Amâncio.

O documentário fala sobre a visão disseminada pela indústria cultural a respeito do Brasil por todo o mundo. Discorre sobre os vários clichês que são repetidos à exaustão e sobre muitas falhas de roteiro em filmes com foco no Brasil. A documentarista entrevistou os diretores responsáveis pela criação desses filmes.

As falhas mais marcantes são o idioma, que muitas vezes é substituído pelo espanhol, o mito de que as mulheres fazem topless em Copacabana, a existência de uma princesa na Amazônia, e um casamento bizarro realizado no Rio. Quando a documentarista interrogou o cineasta a respeito do casamento cheio de rituais tribais e espetáculos ele respondeu que o casamento tinha erros porque ele nunca tinha visto um casamento brasileiro de verdade.

No entanto, a maioria dos clichês que nos perseguem são incentivados por nós e até mesmo verdadeiros. Faz parte da nossa cultura a exaltação do corpo e o exagero na exibição da nudez feminina.

Esse fato não foi abordado no documentário, mas a maioria de nossos próprios filmes passa a imagem de que vivemos em um país cheio de prostituição, violência, drogas, marginalidade, promiscuidade, ignorância, pobreza e assim por diante. Entre a realidade vergonhosa mostrada em nossos filmes e o paraíso de sexo e impunidade descrito nos filmes estrangeiros eu não reconheço o mundo em que vivo em nenhum dos dois casos. Bem, talvez seja eu que não conheça o meu país.

sábado, 19 de setembro de 2009

Obrigado por fumar

Uma Aula de retórica.

O filme dirigido por Jason Reitman conta a história de um lobista que tem a difícil missão de defender a indústria do cigarro. A questão principal nesse filme, no entanto, não é defender ou questionar os efeitos do tabaco, mas sim tratar da ética na comunicação de massa.

O personagem Nick Naylor vivido por Aaron Eckhart defende sua profissão explicando que assim como as pessoas têm direito a um advogado, toda e qualquer empresa tem direito a uma comunicação que defenda seu ponto de vista.

Para mim, o ponto alto do filme é a aula de retórica que o personagem de Nick dá ao seu filho. A idéia era que ele defenderia o sorvete sabor chocolate enquanto o garoto defenderia o de baunilha. Depois dos primeiros argumentos do menino, Nick interrompe dizendo que os dois sorvetes são importantes porque as pessoas devem ter direito a escolher entre vários sabores. O garoto fica confuso e contesta:

-Mas você não falou que o seu sorvete é o melhor.
E ele responde:
-Meu ponto não é provar que o meu sorvete é melhor que o seu e sim provar que o seu sorvete não é melhor que o meu. Se eu convencer que o seu sorvete não é melhor que o meu eu ganho o debate.
- Mas você não me convenceu - disse o menino.
-Não é você que eu devo convencer - responde Nick apontando para a multidão de anônimos que passava. - eu devo convencer a eles.

domingo, 24 de maio de 2009

A Insustentável Leveza do Ser

Questões de semiótica.

Esse romance de Milan Kundera deve ser lido com atenção aos detalhes para não corrermos o risco de perder a essência da história. A parte mais interessante desse clássico está escondida nas entrelinhas, na análise que o autor faz com relação à invasão russa e à filosofia tecida sobre os relacionamentos que acontecem no decorrer da narrativa.

Sobre a invasão comunista, o personagem Tomas critica os personagens que apoiavam o regime dizendo que a ignorância não era desculpa para suas ações, afinal, Édipo furou os olhos quando descobriu o que tinha feito. Em outro capítulo o autor conta a história de um príncipe que se joga nos fios de alta tensão em um campo de concentração por não suportar a humilhação de ter de limpar a própria latrina. Ele começa esse capítulo com uma surpreendente definição de o que é kitsch: “misturar Jesus com merda”.

Para mim o mais interessante é observar a análise que ele faz sobre a forma como seus personagens encaram os relacionamentos. Segundo Milan Kundera os personagens vivem para os olhos de alguém, alguns procuram a multidão, outros o ser amado ou a família e, no entanto, a interpretação do que essas pessoas esperam deles está sempre equivocada. O caso mais grave de falha na comunicação é de Sabrina e Hans. O autor explica que os dicionários pessoais de um e outro não combinam por causa de suas histórias de vida, por exemplo, enquanto para Sabrina viver na verdade é ser sincero consigo mesma, para Hans viver na verdade é revelar sua vida privada ao público sem nunca mentir. Esse tipo de falha é muito estudada pelos comunicadores e fica uma dúvida se Milan está falando realmente sobre os problemas do casal ou sobre a comunicação em geral.

O ponto alto do livro está na forma como o círculo se fecha no final, quando encontramos a conclusão do autor sobre sua teoria de peso e leveza. Ele começa sua teoria no início do livro tentando descobrir o que é negativo, o peso ou a leveza, ao final ele volta ao assunto e conclui que os vínculos e obrigações nos tornam plenos, enquanto a leveza conquistada pela liberdade e independência pode ser insustentável.

sábado, 26 de julho de 2008

Alice no País das Maravilhas

Tresloucada Alice

Alice no País das Maravilhas é o livro ideal para quem quer manter a mente aberta e dar asas à imaginação sem se importar com certo e errado, leis da física ou lógica.

Ao ler esse clássico de Lewis Carroll, podemos observar também o modo como a nossa mente resiste ao fato de o livro não ter como objetivo trazer alguma mensagem ou sentido. A história é toda ambientada em um lugar surreal, mas que ao mesmo tempo deixa pistas em referência a antiga Londres, seus personagens, hábitos e lugares. Em meio a uma conversa desconexa e outra encontramos frases brilhantes e nos pegamos pensando se realmente não existe um significado oculto para toda aquela bagunça.

Entre os trechos mais intrigantes cito o eterno chá do Chapeleiro, a Lebre de Março e o Leirão. O Chapeleiro conta a Alice que tentou matar o tempo, por isso, desentendeu-se com ele e informa estar preso num tempo onde é sempre a hora do chá... Há também as falas do grifo sobre a Falsa Tartaruga ao ser indagado sobre o por que de ela ser tão triste: - “É tudo fantasia dela, ela não tem pelo que se entristecer, sabe.” - Ou no lamento da Falsa Tartaruga ao lembrar que um dia foi uma tartaruga de verdade. Ou a conclusão do Gato de Cheshire em seu memorável diálogo com Alice: - “Mas eu não quero ficar entre gente maluca”, Alice retrucou. - “Oh, você não tem saída”, disse o Gato, “nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.” - “Como você sabe que eu sou louca?”- perguntou Alice. - “Você deve ser”, afirmou o Gato, -“ou então não teria vindo para cá.”

É essa sensação, de que há algo a ser descoberto ou decifrado, que permeia toda a leitura e que, aliado a falta de regras e possibilidades quase infinitas, tornam esse romance infantil uma leitura obrigatória.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Nós que aqui estamos por vós esperamos

Reconstruindo a história


O documentário de Marcelo Masagão (1999), nos leva a um passeio através do Século XX. Contando histórias de personagens reais e fictícios, no decorrer de acontecimentos relevantes e banais que caracterizam esse momento, destaca a agitação, transformação e massificação humana, assim como a grandiosidade e a nobreza de alguns feitos individuais.

Um fator ressaltado pelo diretor foi a descrição da nova sociedade e da nova ordem social decorrente. A inclusão da tecnologia na vida cotidiana, alterou radicalmente o modo como as pessoas encaram o mundo. Posso citar aqui a empacotadora de cigarro que se tornou telefonista e o homem que passou toda a vida apertando parafusos. Com a industrialização e a produção em série, os homens tornaram-se parte das máquinas nas quais trabalham e deixam a impressão de terem suas vidas sugadas por elas.

A difusão dos meios de comunicação de massa também trouxe conseqüências como a super valorização da auto-imagem. Durante o documentário houve três suicídios. O alfaiate sabia que sua invenção não iria funcionar, mas ele não poderia suportar a vergonha de não saltar como havia prometido. O kamikase viu-se diante de uma insuportável pressão social, ele não poderia conviver com a humilhação de permanecer vivo diante do chamado ao sacrifício pela pátria. O monge incendeia seu corpo diante da câmera e queima até as cinzas sem se mover para protestar contra a guerra... “A morte é leve como uma pluma, mas a vida pode ser tão pesada quanto uma montanha.”

Um ponto muito interessante do documentário se deve ao fato dele traçar o caminho inverso ao da nossa sociedade. Ele humaniza as massas mostrando que cada número citado em estatísticas corresponde a um indivíduo, e este ser humano tem uma história e, muitas vezes, uma família. Na cena que trata da bomba de Hiroshima ele destaca uma família composta por um carteiro, uma dona de casa e por duas crianças que morreram instantaneamente.

Ao mesmo tempo, a coragem e a sede de mudar o mundo é retratada em cenas de revoluções e protestos, na queima de sutiãs, na ousadia da minissaia, na queda do muro de Berlim, na luta de operários por seus direitos e na cena histórica e chocante do homem solitário na Praça da Paz Celestial que impediu a passagem dos tanques de guerra.

Toda a história é contada pelo ponto de vista dos mortos, no entanto, é justamente a vida dessas pessoas que nos leva a pensar que fazemos parte da sociedade e, dá mesma maneira, compartilhamos de suas alegrias, tragédia e rotinas. Desse modo, não nos imaginamos diferentes deles e, como eles, um dia estaremos igualmente mortos. Nossas vidas ou nossas mortes nos colocam inexoravelmente em um ponto onde também faremos parte da história, contribuiremos ou simplesmente seremos levados por ela.